quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Prisioneira no meu corpo

Cada vez mais, sinto que este corpo não me pertence e sou eu que lhe pertenço. Eu não o consigo fazer agir ou até parar, mas, ironicamente, ele consegue fazê-lo comigo.
            Quando estou no silêncio, mando-o gritar, mas só consigo com que fique ainda mais silêncio em mim. Quando me sinto sozinha, mando-o aproximar-se das pessoas que me fazem bem, mas como reposta, ele fogem para o mais possível delas. Quando choro e o mando sorrir, ele solta cada vez mais lágrimas. Quando perco o controlo e o mando parar, ela ataca-me como se de um erro se tratasse. Quando quero que ele pense em momentos alegres e felizes, ele age como se não soubesse o que isso era, como se nunca tivesse passado por momentos desses. Se eu passei por esses momentos, como é que ele não os passou comigo? Por mais tempo que passe e por mais provas que apareçam, apercebo-me de que tudo o se passa comigo é pura ilusão, ou simplesmente imaginação.
            Por mais que tente não consigo controlar, nem influenciar o meu corpo. Porém, quando nele se sente triste, eu sinto-me triste; quando ele sente medo, eu sinto o seu desespero; quando ele sofre, eu sinto toda a sua dor. E quando eu me sinto feliz (o que raramente acontece) não consigo fazer com que ele sinta o mesmo e ele acaba por me influenciar com a sua dor e a felicidade extingue-se assim do meu corpo e da minha alma, até que já não reste mais esperança.

            Perdi o controlo de tudo. E agora sou prisioneira deste corpo que não me pertence.


domingo, 7 de dezembro de 2014

A minha alma

Entraram a correr, apressados, cerca de 2 ou 3 bombeiros, pelo hospital, a empurrar a maca onde eu estava deitada. Eu não conseguia ter bem a noção do espaço nem do tempo e muito menos, do que estava a acontecer.
                Levaram-me para uma sala escura e vazia e começaram a chegar umas tantas pessoas que, julgo eu, seriam médicos e enfermeiros. Vi que estavam todos bastante agitados e um pouco aflitos, o que eu não consiga perceber, pois eu sentia-me cada vez mais calma. Corriam pela sala e mexiam em instrumentos que eu nunca vira.
                Quanto mais o tempo passava menos noção tinha do meu corpo estava a perder a ligação com ele e estávamos a deixar de ser um só para passarmos a ser dois elementos distintos.
                Finalmente deu-se o colapso e quebrou-se a ligação entre mim e o meu corpo. Senti-me a escorregar pela cama, mas o meu corpo permanecia quieto. Quando perdi, de vez, a união com o meu corpo e a máquina começou a apitar com outro ritmo, senti-me finalmente livre. Fundi-me com o ar e subi até ao teto e fiquei lá a flutuar e a observar o meu corpo.
                Alguém se apressou em buscar aquela máquina que, até então, só tinha visto em filmes. Só sabia que aquela máquina dava uma espécie de choques elétricos e só se usava quando o coração parava de bater. Levei as mãos ao peito e realmente não sentia o coração.
                Encostaram duas “coisinhas” ao meu peito e o meu corpo saltou. Sorri como uma criança que assiste a uma animação de circo. Repetiram o mesmo processo duas ou três vezes, ma depois desistiram. Já nada adiantava. O meu coração parara para nunca mais voltar a bater. Decidiu que chegara a sua hora de descansar.

                Um dos médicos tapou-me com um lençol e disse sem grande agitação e com alguma frieza: “Está morta!”. E todos saíram da sala. E eu? Eu continuava lá a observar o meu corpo agora coberto com aquele lençol, mas finalmente senti-me livre e calma, finalmente senti-me feliz…


sábado, 6 de dezembro de 2014

Uma noite na casa abandonada - 4ºCapitulo

-António…- Gritou novamente Clara.
António deu um grito. Tinha levado u m tiro no braço.
-Estás bem, António?
-Sim, estou. Vai-te embora. Foge!
A arma estava caída e o homem ia em direção a ela. Clara levantou-se e chegou primeiro e, sem pensar, disparou contra o homem.
A casa estava quase a desabar. Clara correu até António, ajudou-o a levantar-se e foram em direção à porta.
Quando saíram, estava lá a turma toda, a polícia e uma ambulância. Foram todos ter com eles e os paramédicos foram buscar o António para lhe tratarem do braço.
O chefe da polícia ia a entrar para buscar o chefe (os outro dois já tinham sido apanhado).
-Não entre! A casa está a desabar.- Disse Clara
-Eu tenho que o prender, não o posso deixar morrer. – Disse o agente virando as costas.
-Eu matei-o…-Disse Clara com alguns soluços.
-Queres contar-me melhor essa história? – Disse o agente aproximando-se de Clara.
Clara estava muito nervosa e não queria falar.
-Não tenhas medo Clara. Eu não te vou prender. – Disse o agente tentando deixa-la à vontade.
-Eu e o António estávamos à janela e ele viu-nos. Quando chegámos à sala ele estava a pegar fogo à sala e apontou-nos uma arma. O António começou a lutar com ele e levou um tiro no braço. O homem foi em direção à arma e eu também. Cheguei primeiro e disparei. Não tive escolha. Era ele ou nós. – Disse Clara começando a chorar.
-Calma Clara! – Diziam os amigos tentando acalmá-la.
-Mas há mais… - Continuava Clara.
-Fala. – Pediu o agente.
- Os outros dois falaram em embarcar crianças para África.
-Vou fazer uns telefonemas.- Disse o agente afastando-se. 
Clara vai ter com António à ambulância.
-Como estás? – Pergunta ela.
-Bem, graças a ti…-Disse António.
-Temos que ir. – Disse ao paramédico a António e Clara.
Clara sai sorrindo para António. Os colegas de turma vêm ter com ela e chega também o agente.
-Não te salvaste só a ti e ao António… Salvaste mais 52 crianças.
-Ainda bem. 
-Agora tem que vir comigo até à esquadra.
Clara foi com o agente e o resto da turma foi para casa. Os pais já sabiam de tudo e ninguém acabou por ser castigado.
Depois de Clara restar depoimento, foi ao hospital ter com António. 
-Como estás? – Perguntou Clara entrando no quarto e sentando-se aos pés da cama onde António também estava sentado.
-Já te disse que estou bem. Estou pronto para outra.
-Não digas isso nem a brincar.
-Clara… -Começou António pegando na mão de Clara. -Foste muito corajosa.
-Não havia outra solução. – Disse Clara.
-Havia sim. Podias ter fugido como eu te disse.
-Eu era incapaz de te deixar lá. – Disse Clara e ficaram os dois a sorrir um para o outro.
-Já podes ir embora. – Disse a enfermeira entrando no quarto. 
-Já não era sem tempo. – Disse António levantando-se da cama.
Clara e António saíram para a sala de espera e passados alguns minutos chegaram os pais de António que iam levar Clara a casa.
A caminho do carro, Clara e António ficaram mais para trás.
-Tive medo de te perder. – Disse Clara e António sorriu. – De que te estás a rir.
-Nada. Só nunca pensei ouvir-te dizer isso.
-Também nunca pensaste levar um tiro.
-Então, se eu não levasse um tiro, não dizias isso? Já valeu a pena.
António não lhe deu oportunidade de responder e beijou-a. Sorriram um para o outro e entraram para o carro.
Passadas algumas semanas o braço se António já estava curado e podia fazer o que mais gostava que era jogar futebol de salão.
António e Clara assumiram uma relação e estavam cada vez mais felizes juntos.



quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Uma noite na casa abandonada - 3ºCapitulo

-Não faças barulho.- Diz António.
Estava uma chave no chão. António levantou-se e foi tentar trancar a porta. E conseguiu. A chave era daquela porta. 
Os homens pararam no corredor a conversar.
-Não achas que exageraste?
-Com o quê?
-Com os outros dois. Eram nossos amigos.
-Amigos!? Eles iam contar tudo à polícia.
-Talvez os conseguíssemos convencer a não contar nada.
-Agora não há nada a fazer.
Clara e António olham-se e voltam-se a abraçar.
Que estariam aqueles homens a fazer naquela casa? Seria um local de encontro? Qual seria o plano deles?
-Desta vez é o quê?- Pergunta um dos homens.
-Cocaína.
-O patrão nunca mais chega.
-Deve estar a embarcar as crianças para a África.
-Vamos lá para baixo.
Os homens desceram e Clara soltou uma lágrima e António deu-lhe um beijo na testa.
-Vai correr tudo bem.- Sussurrou António
-António, eu quero sair daqui.
-Calma. Eu vou tirar-te daqui. Prometo.
António levantou-se e foi em direção à porta.
-Que estás a fazer António?
-Vou tirar-te daqui. Fica aqui.
-António…
-Vai correr tudo bem.- Diz António.
Ouve-se um carro a chegar. Clara levanta-se e vai até à janela.
-António entra!- Diz Clara correndo até à porta.
-Que se passa?
-O patrão chegou.
-Ainda estão ali todos.- Diz António
-Quem?- Pergunta Clara espreitando.
-Os da nossa turma. Olha eles ali escondidos.
-Eles são doidos.
Os dois homens foram embora e só ficou o chefe. Seria esta a melhor oportunidade para ele fugirem?
O chefe olhou para a janela e Clara e António baixaram-se, mas ele viu-os.
-Anda Clara! Rápido!- Disse António puxando Clara pela mão.
António e Clara chegaram à sala e o homem estava a espalhar gasolina para pegar fogo à casa.
-Vós não devias estar aqui. -Disse o homem a António e Clara.
-Por favor, não faça isso.- Pediu Clara enquanto o homem acendia o isqueiro.
-Lamento.- Disse o homem com alguma troça.
-Deixe-a sair, por favor.- Pedia António.
-Nem pensar, mas vou poupar-vos algum sofrimento.- Disse o homem pegando numa arma.
Clara e António estavam um pouco afastados, por isso, o homem apontou a arma para Clara que estava muito assustada.
António tivera prometido a Clara que não deixaria que nada de mal lhe acontecesse, por isso, começou a lutar com o homem que deixou cair o isqueiro.
A casa começou a arder.
-António, para!- Gritava Clara.
De repente ouviu-se um tiro.


terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Uma noite na casa abandonada - 2ºCapitulo

Desceram, os dois, as escadas devagar, mas quando chegaram à porta ela estava trancada.
-E agora António?- Sussurrou Clara
-Vamos ver se está alguém na sala. Se não estiver, saímos por lá.
-O quê?
-Não te preocupes! Eu protejo-te.
Foram os dois em direção à sala. Clara ia agarrada a António. Ele deu-lhe a mão e foi mais à frente. Quando chegaram à sala só lá estava um homem estendido no chão.
-António, olha ali!-Disse Clara apontando para o homem.
António foi em direção ao homem para ver se estava vivo. Pôs o seu dedo indicador no pescoço do homem e viu que no tinha pulsação.
-Está morto! -Diz António olhando para Clara.
-Vamos embora, por favor!-Pede Clara assustada.
Tentaram abrir porta, mas também estava trancada.
-Quem trancou as portas todas.
Ouviram-se passos e alguém a falar.
-Vamo-nos esconder. Rápido!
António puxa Clara pela mão e escondem-se atrás de uma secretária que estava na sala. Desceram dois homens pelas escadas e foram em direção o cadáver.
-Este teve o que merecia…-Disse um dos homens dando-lhe um pontapé.
Clara apertou com toda a sua força a mão de António e este, para a acalmar, abraçou-se a ela.
Os homens ficaram na sala cerca de 20 minutos e, António e Clara, ficaram todo esse tempo atrás da secretária, abraçados.
-Vou lá fora ver e o chefe ainda demora…-Diz um dos homens.
-Eu vou contigo.
Saíram os dois, mas voltaram a trancar a porta. Porque trancariam as portas? Saberiam que estava mais alguém dentro da casa?
-Anda! Rápido!-Disse António puxando Clara pelo braço. Subiram as escadas a correr e trancaram-se no quarto. Clara estava a tremer. 
-Calma Clara. Vai correr tudo bem. -Disse António.
-Achas que vai correr tudo bem? Estes homens no estão par brincadeira. Se nos apanham aqui ainda…
-Ainda nada. Eu não deixo que ninguém te faça mal. - Diz António abraçando--se a Clara.
Sentaram-se num canto do quarto, mas sempre abraçados. Passados alguns minutos, António levanta-se e vai à janela.
-Que vais fazer? – Pergunta Clara preocupada.
-Vou ver se consigo perceber o que e passa aqui.
Os homens estavam no jardim com um terceiro. Depois de alguns minutos a discutir um dos homens apontou uma arma a este terceiro. Ele não estava muito assustado. Ele achava que o “amigo” não era capaz de disparar contra ele, mas enganou-se. Disparou mesmo. E António baixou-se e Clara correu até ele e abraçou-se a ele ainda baixados. Levantaram-se os dois devagar e espreitaram novamente. O homem não se mexia, mas eles continuavam a trata-lo mal mesmo depois de morto.
Voltaram para o canto e sentaram-se.
-Posso fazer-te uma pergunta?-Pergunta António.
-Claro diz!- Diz Clara.
-Como estão as coisas com o Filipe?
Filipe era o ex-namorado de Clara. E já há algum tempo que Filipe e António tinha problema, pois António há muito que gostava de Clara.
-Mal. Acabámos.- Diz Clara.
António não conseguiu conter um sorriso.
-Ele não é rapaz para ti.- Diz António.
Ouviram-se passos no corredor.





segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Uma noite na casa abandonada - 1ºCapitulo

Toda a turma combinara passar uma noite numa casa abandonada. A casa escolhida estava em bom estado (mais ou menos). Hoje era a noite escolhida e todos combinaram encontrarem-se à porta da escola para irem todos juntos. Alguns estavam assustados e pensavam em desistir. A maior parte tinha mentido aos pais. Disseram que iam dormir a casa de amigos. E se os pais descobrissem? Os mais corajosos incentivavam os outros e ninguém acabou por desistir.
Já estavam todos em frente à escola. Partiram e passados alguns minutos chegaram.
- É ali!- Diz um.
- Fixe! Vamos lá! 
Ao verem a casa ficaram ansiosos e entusiasmados e já ninguém pensava em desistir. A casa parecia uma verdadeira casa assombrada saída de um verdadeiro filme de terror. Aproximaram-se lentamente sem conseguirem falar, completamente pasmados. A casa, por um lado, metia medo, mas, por outro, era um cartão-de-visita para uma noite completamente aterradora.
-Ver filmes de terror nesta casa. UAU!- Dizia António que era o que estava mais ansioso para entrar. Passados alguns segundos de estarem pasmados a olharem para a casa, entraram.
Depois de abrirem a porta, entraram para, onde outrora teria sido uma sala de estar. Todos se dirigiram para o centro da sala e começaram a olhar em volta. 
- UAU!- Diziam todos.
A sala ainda tinha alguma mobília. Num canto da sala, estava uma pequena mesa redonda com um pano velho e sujo que, há muito, muito tempo, teria sido branco. 
Todos, muito juntinhos, subiram as escadas que rangiam a cada passo. No topo das escadas era um corredor onde haviam 3 portas. Antes de se instalarem queriam conhecer toda a casa. Entraram na porta que estava à esquerda deles.
- Isto devia ser um…
-Ai!- Interrompeu alguém.
- Que se passa?- Perguntaram, aflitos. 
- Vi um rato.- Todos se riram. 
- De que se estão a rir? Era um rato enorme.
Continuaram a investigar o que já tivera sido um quarto. Este quarto era pequeno para todos. 
Saíram e entraram em outra porta. Também parecia ter sido um quarto, mas estava mais degradado. Clara foi à janela.
- Venham ver isto…- Disse ela aos amigos.
Tentaram pôr-se todos em volta da janela. O que viam era algo assustador. Era um antigo jardim com árvores completamente mortas e um banco de madeira coberto de musgo. Estaria aquela cassa assombrada? Uma coisa é certa, o terror estava perto de chegar.
Saíram e entraram na outra porta. Esta parte da casa não tinha quase mobília nenhuma e era a que estava em melhor estado. 
-Dormimos aqui?
- É a parte mais espaçosa e dá para pôr os sacos-cama.
Ao fundo do corredor havia umas escadas que davam acesso a uma antiga cozinha. A cozinha estava imunda.
-Que nojo!
Na cozinha havia 2 portas. Uma dava acesso ao jardim e a outra à sala.
-Vamos preparando as coisas. 
-Vamos.
Subiram as escadas e foram para o suposto quarto.
Começaram a estender o sacos-cama. 
-Vamos ver um filme?
-Vamos. Onde está o portátil?
-Está naquela mochila. 
Pegam no portátil e põem o filme escolhido. 
-A comida?
-Está naqueles sacos.
Sentaram-se em volta do portátil a comerem umas bolachas. Começaram a ver um filme de terror.
Nesse filme haviam mortes e muito sofrimento. As raparigas mais sensíveis encostavam-se aos rapazes que estavam por perto. Clara agarrou o braço de António e encostou a cabeça no seu ombro. António olhou e sorriu.
O filme demorou cerca de uma hora e meia.
De repente, ouviu-se um tiro.
-Que é isto?- Sussurravam assustado.
-Não sei. Vamos embora!
Arrumaram as coisas rapidamente e saíram para o corredor sem fazerem barulho. O tiro parecia ter vindo da sala, por isso, desceram as escadas que davam acesso à cozinha e saíram pela porta das traseiras. Mas… UPS! Clara caiu nas escadas e António ficou para trás para a ajudar.




sábado, 25 de outubro de 2014

Deixa-me, Deixa-me...

Não me deis a mão
Deixa-me levantar sozinho
Deita fora o mapa
Deixa-me descobrir o caminho
Esquece os mitos e profecias
E cria as tuas
E se te tentarem parar
O que fazes?
Continuas...
E agora deixa-me,
Deixa-me seguir que é longo este caminho
Deixa-me, deixa-me ir sozinho
Só sozinho sinto companhia
E tal como no escuro, vejo claro
É no sofrimento que sinto alegria
Deixa-me, deixa-me sofrer
Assim, vou crescer e aprender
Não peço muita coisa
Só tenho um pedido
Deixa,me...
Deixa-me perdido
Deixa-me,
Deixa-me...

sábado, 18 de outubro de 2014

O MUNDO A QUE PERTENCES

Cada vez mais, não sabes quem és, o que queres ou a que mundo pertences. Queres obter respostas, mas quanto mais procuras, mais questões surgem. Cada ponto da tua mente forma uma reta infinita de questões, desejos e medos sem saberes de onde surgem.
Onde te sentes mais seguro pode tornar-se o local mais perigoso. Onde estarás em segurança? Onde serás feliz? Se não sabes qual é o teu mundo, como podes saber onde serás feliz? Cada sinal que passa pela tua mente forma no teu coração um vasto rio de esperança que seca devido a mais uma tentativa falhada.
Quando o mundo onde tu achas que pertences se destrói, destrói-se com ele o sorriso de alguém que tem felicidade e segurança.
Quando não sabem qual o mundo de onde vens nem qual a tua missão, torna-se difícil de viver, de sorrir e ate de amar. Queres ajudar quando és tu quem mais precisa de ajuda. Antes de poderes ajudar precisas de aceitar ajuda.
Vives pela busca de respostas sobre o teu mundo quando há algo mais importante. Existe alguém que te pode ajudar e, ao contrario do que pensas, esta bem perto, bem disponível.
Não precisas de saber do mundo de onde vens. Tu podes criar um novo mundo inspirado num sinal, num objeto ou ate num sentimento. Eu posso criar contigo um novo mundo onde não tenhas questões sem resposta.


                                    

Escondida, a ver-te com ela

Mais um dia. Levanto-me e visto-me à pressa. Será que já saíste? Saio a correr e vou para a porta da tua casa esperar que saias para ir ter com ela. A porta começa a abri e eu rapidamente me escondo atrás de uma árvore do teu jardim. Sigo-te até ao jardim onde nos costumávamos encontrar. Sentaste no banco onde nos conhecemos.
Será que ainda há esperanças para nos? Será que, ao contrário do que me disseste vezes sem conta, ainda não me esqueceste? Preparo-me física e psicologicamente par ir ter contigo e dizer-te que ainda te amo mas… ela chegou. Beijas-la exatamente como me beijavas a mim. Será que suporto ver isto? Vai ser difícil mas quero saber se o que dizes é verdade, que agora tens outro amor.
 O teu sorriso contínua igual. Sorris para ela como sorrias para mim. Será que a amas a ela como me amavas a mim? Ou fingias o sorriso para uma de nós? Tantas perguntas que tu não queres responder nem eu quero perguntar.  
O teu abraço fá-la sentir segura tal como me fazia sentir a mim. Isso nota-se no olhar dela quando a abraças. Tu pareces tão feliz. Será que estás? Preciso de tantas perguntas para as quais não tenho coragem para procurar repostas.
O tempo passa e, a cada segundo, tenho mais vontade e ansiedade de encontrar um sinal que mostre que ainda me amas. Mas esse sinal não aparece e, cada vez mais, sinto-me deprimida. Continuas a sorrir para ela da mesma forma que eu gostava tanto. Sempre soubeste que um sorriso entre um beijo era importante para mim. Mas porque é que fazes o mesmo com ela?

Chega! Não vou estar a destruir a pouca felicidade e vontade de viver a ver-te com ela. Se tivermos que ficar juntos, ficaremos. Mas, por enquanto, vou para casa  a pensar nestas questões que ficaram, para sempre, apenas guardadas no papel.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Lembra-te

Tantas vezes que sofri por ti, tantas lágrimas que chorei em vão por tua casa, tantas noites perdidas a pensar se o erro era meu, tantas palavras simplesmente ditas, mas que tu nunca ouviste realmente. E para que? Foram só coisas em vão. Coisas que tu nunca realmente mereceste. Mas porque continuo sem me arrepender? E, acima de tudo, porque não consigo esquecer? Continuo a acreditar que cada lágrima foi compensada com um sorriso teu, que mesmo sem dizeres, mostrava que no fundo estavas arrependido. Eu sei que algumas vezes fui eu que errei e, por isso, peco desculpa. Só precisava de ouvir o mesmo de ti. Tantas vezes que sofri por ti, tantas lágrimas que chorei em vão por tua casa, tantas noites perdidas a pensar se o erro era meu, tantas palavras simplesmente ditas, mas que tu nunca ouviste realmente. E para que? Foram só coisas em vão. Coisas que tu nunca realmente mereceste. Mas porque continuo sem me arrepender? E, acima de tudo, porque não consigo esquecer? Continuo a acreditar que cada lágrima foi compensada com um sorriso teu, que mesmo sem dizeres, mostrava que no fundo estavas arrependido. Eu sei que algumas vezes fui eu que errei e, por isso, peco desculpa. Só precisava de ouvir o mesmo de ti. Por favor, promete-me que te vais lembrar sempre.
            

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Perdida na Nostalgia

Já não sei o que dizer, o que pensar, ou o que sentir. Quero fugir! Fugir para um lugar onde se controle os sentimentos e se possa sentir apenas o que se quer e apagar aqueles sentimentos que nos fazem mal.
Foste embora e não houve tempo para um "adeus", um abraço, ou até um "obrigada". Preferia pensar que me abandonaste, que a decisão de partir foi tua, seria muito mais fácil esquecer-te, mas não. Eu sei a verdade e sei que foste porque era a única escolha. Saber que, depois de tanto procurar e encontrar alguém como tu, tiveste de partir. Não é justo! Não é saudável!
Depois de partires, perdi a força que me mantinha de pé, que me ajudava a respirar que me fazia feliz. Será este o caminho de uma mulher apaixonada? Será que depois de tudo, não consigo controlar a saudade. Sem dúvida, a saudade é o sentimento mais insuportável, mais injusto, e até mais ridículo que alguma vez existiu, existe ou existirá.
Agora, só me resta andar à deriva, perdida num imenso mar de desespero e arrependimento, Vou para onde as ondas me levarem. Derivo e derivo porque perdi a minha âncora.
Estou perdida na nostalgia. Já nada me resta, a não ser sonhar com o dia em que voltas. E só as memórias não me deixam naufragar.
Volta... Quero voltar a sorrir e ser feliz.


                    

segunda-feira, 2 de junho de 2014

(Pequena) Maluca

Agora vou falar sobre a minha pequena maluca. Sim, é mesmo maluca. O adjetivo que usei “pequena” não se refere à sua maluquice, mas sim, ao facto de ser mesmo pequena.
                Ela não vive os momentos da vida na medida certa, mas sim, sempre no limite do exagero. Mas sabem que mais? É isso que a torna tão especial.
Se a vida lhe põe um pequeno obstáculo, ultrapassável apenas com um passo, ela torna-o gigantesco, quase mesmo, ultrapassável. E querem saber outra coisa? Ela ou ultrapassa esse muro por cima ou então, deita-o abaixo com o mínimo esforço.
                É, muitas vezes, difícil de entende-la, mas a verdade é que ela apenas vê as coisas de outra maneira e isso torna-a mais forte e a mim também.
               

                Sei que quando nos encontrarmos, tu vais explodir, mas vou arriscar visto que todos os dias me fazes arriscar a mim sendo tua amiga. Sim, é um risco ser tua amiga. Eu sei que tens noção que és um bocado perigosa (muito). Vou despachar-me! Adoro-te Mariana Martins, minha (pequena) maluca…


segunda-feira, 26 de maio de 2014

Preciso de ti

Sem saber, é a única pessoa com quem me sinto mais segura na ausência da minha família. Pode não saber, mas é a única pessoa por quem sou capaz de cometer certas loucuras. Não imagina sequer, que vale mais um milhão de pessoas. È a única pessoa, que para alguém de me transmitir segurança, é também a única que sabe o que dizer e quando dizer. Sabe quando eu preciso de um abraço sem eu sequer pedir. Sabe quando eu estou mal, quando eu digo o contrário.
Devem estar a pensar que estou a falar do namorado…. Ou então de um rapaz especial, mas não. Sim, é especial, mas não é um rapaz.
Todos os dias tenho medo que algo aconteça e eu a possa perder e sim, também tenho um pouco de inveja dela. Não uma inveja má, mas sim uma inveja saudável. Ela é tudo o que eu penso que não sou e queria ser.

Tens os teus problemas, a tua vida e “largas” tudo para estares do meu lado, para me ajudares. Por isso, antes de te agradecer, quero pedir-te que nunca me deixes… por tudo o que fazes por mim, dedico-te este blog Cláudia Senra. E nunca te esqueças que eu estou aqui e PRECISO DE TI. 

Vagueando

Sem nada para fazer, sem saber o que sinto, saio pra rua. Olho o céu e, de uma forma irónica, está de acordo com o que eu sinto (ou não sinto). Não está limpo nem nublado. Não está sol nem chuva. Não está claro nem escuro. Tem uma cor de desespero como, tal como eu, não soubesse o que quer.
Caminho, sem saber pra onde. Numa tarde de outono onde as folhas não sabem a cor que querem. Os pássaros já quase nem cantam. Talvez não estão. Talvez partiram para um sítio onde possam ser felizes, onde o céu não seja uma confusão.
Chego a um cruzamento. Que caminho escolho? Será que até, num simples passeio, haja tanta confusão? Volto para trás? Paro até que surja uma resposta? Não. Não vou parar. Escolho o caminho onde há mais cor. Caminho e caminho vendo como tudo é uma questão. Porque é que as folhas têm de cair? Porque é que os pássaros precisam de migrar? Porque é que não há resposta a todas as minhas questões?
 Outra vez não. Mais dois caminhos. E, ao fundo de cada um deles, está um amigo que me acena e me chama. Agora, para além de ter que escolher entre dois caminhos, também tenho que escolher entre dois amigos? Porquê? Se, no último cruzamento tivesse escolhido o outro caminho, agora não teria que escolher entre nenhum dos meus amigos mas também, agora não estaria com nenhum deles. Escolho o caminho onde está o amigo que sorri com mais sinceridade. Passo por ele, sorrio mas continuo para não perder tempo, para ver o que me espera.
Continuo a vaguear sem ainda saber porquê. Começa a chover. Não acredito. E agora? Continuo ou volto para trás? Mais uma questão, para a qual tenho que encontrar resposta, sozinha. Não vou parar. Se parar não vou ter mais questões mas também não posso escolher o caminho que quero seguir. Percebi que, mesmo que tentasse, não ia conseguir fugir às questões. Por isso, não vou tentar mais. Não vou voltar para trás.

 É verdade, é difícil escolher mas a vida é um desafio onde eu é que escolho as minhas regras, as minhas metas e os meus obstáculos.


domingo, 25 de maio de 2014

Ver, ouvir e sentir a tempestade

Acordo, mais um dia. E, mais uma vez, levanto-me e sento-me à janela. Mais um dia a ver a chover. A chuva cai sem pedir permissão e, com ela, trás a tristeza e a angústia de quem, no meio da tempestade não encontra o sol. Cai e cai, cada vez.
O céu cada vez mais negro como o coração daqueles que não encontram estrelas no meio do imenso universo. O som da chuva a cair no chão que, todos os dias, alguém pisa forma o ritmo de uma música de mágoa e desespero. As nuvens, tal como os amigos falsos, unem-se e impedem o sol de chegar aos meus olhos e ao meu coração. Esse sol, onde o seu calor podia enxugar as lágrimas que, choro por nada. A tempestade cada vez mais forte e, agora, chega a vez do vento. Esse vento que, tal como os que falam da boca pra fora, leva o que tem sua volta. As folhas, tal como as palavras, são arrastadas para o mais longe que o vento consiga levar. Ainda não acabou. Chega a trovoada. Tal como explosões no coração, os trovões enraivecem a tempestade. Com um enorme estrondo e uma pequena faísca de luz que, logo a seguir, desaparece sem que haja tempo para sorrir.
As gotas de chuva atravessam o vidro da janela e começam a cair pelo meu rosto. Como é possível? A tempestade está a invadir-me. O vento leva as minhas palavras e ninguém me consegue ouvir gritar. Os trovões mostram, em pouco tempo, um raio de luz que não passa de ilusão, pois logo a seguir desaparece. E o som da chuva escreve o ritmo da música da minha vida onde as palavras são lágrimas, os versos são mágoas e, as estrofes, sofrimento.
Cai a noite e, ainda não parou de chover. Mais um dia como os outros. A ver, a ouvir e a sentir a tempestade dentro de mim. Vou deitar-me e esperar que amanhã o sol apareça e eu possa sorrir.



quarta-feira, 21 de maio de 2014

EU VOU ESCREVENDO

Bem... Não sei bem o que dizer ou por onde começar.
Acho que vou começar por me apresentar. Eu chamo-me Sónia Senra e tenho 16 anos. O que mais gosto de fazer? Qual é a dúvida, afinal? Escrever, claro...
Porque criei este blog? Apenas quero opiniões de pessoas imparciais sobre os meus textos ou histórias. As pessoas a quem mostro dizem sempre que gostam e que eu tenho muito jeito para escrever. Mas será que dizem isso por serem meus amigos e não me quererem desiludir? Pois bem, foi por isso que criei este blog. Quero opiniões, criticas e até ideias.
Tenho ainda outro objetivo para este blog. Quero superar-me, pôr à prova a única coisa que sei fazer. Se não sou boa a escrever não tenho, nem quero vida...
Para já é só... Eu vou-me apresentando melhor e EU VOU ESCREVENDO...