sábado, 6 de dezembro de 2014

Uma noite na casa abandonada - 4ºCapitulo

-António…- Gritou novamente Clara.
António deu um grito. Tinha levado u m tiro no braço.
-Estás bem, António?
-Sim, estou. Vai-te embora. Foge!
A arma estava caída e o homem ia em direção a ela. Clara levantou-se e chegou primeiro e, sem pensar, disparou contra o homem.
A casa estava quase a desabar. Clara correu até António, ajudou-o a levantar-se e foram em direção à porta.
Quando saíram, estava lá a turma toda, a polícia e uma ambulância. Foram todos ter com eles e os paramédicos foram buscar o António para lhe tratarem do braço.
O chefe da polícia ia a entrar para buscar o chefe (os outro dois já tinham sido apanhado).
-Não entre! A casa está a desabar.- Disse Clara
-Eu tenho que o prender, não o posso deixar morrer. – Disse o agente virando as costas.
-Eu matei-o…-Disse Clara com alguns soluços.
-Queres contar-me melhor essa história? – Disse o agente aproximando-se de Clara.
Clara estava muito nervosa e não queria falar.
-Não tenhas medo Clara. Eu não te vou prender. – Disse o agente tentando deixa-la à vontade.
-Eu e o António estávamos à janela e ele viu-nos. Quando chegámos à sala ele estava a pegar fogo à sala e apontou-nos uma arma. O António começou a lutar com ele e levou um tiro no braço. O homem foi em direção à arma e eu também. Cheguei primeiro e disparei. Não tive escolha. Era ele ou nós. – Disse Clara começando a chorar.
-Calma Clara! – Diziam os amigos tentando acalmá-la.
-Mas há mais… - Continuava Clara.
-Fala. – Pediu o agente.
- Os outros dois falaram em embarcar crianças para África.
-Vou fazer uns telefonemas.- Disse o agente afastando-se. 
Clara vai ter com António à ambulância.
-Como estás? – Pergunta ela.
-Bem, graças a ti…-Disse António.
-Temos que ir. – Disse ao paramédico a António e Clara.
Clara sai sorrindo para António. Os colegas de turma vêm ter com ela e chega também o agente.
-Não te salvaste só a ti e ao António… Salvaste mais 52 crianças.
-Ainda bem. 
-Agora tem que vir comigo até à esquadra.
Clara foi com o agente e o resto da turma foi para casa. Os pais já sabiam de tudo e ninguém acabou por ser castigado.
Depois de Clara restar depoimento, foi ao hospital ter com António. 
-Como estás? – Perguntou Clara entrando no quarto e sentando-se aos pés da cama onde António também estava sentado.
-Já te disse que estou bem. Estou pronto para outra.
-Não digas isso nem a brincar.
-Clara… -Começou António pegando na mão de Clara. -Foste muito corajosa.
-Não havia outra solução. – Disse Clara.
-Havia sim. Podias ter fugido como eu te disse.
-Eu era incapaz de te deixar lá. – Disse Clara e ficaram os dois a sorrir um para o outro.
-Já podes ir embora. – Disse a enfermeira entrando no quarto. 
-Já não era sem tempo. – Disse António levantando-se da cama.
Clara e António saíram para a sala de espera e passados alguns minutos chegaram os pais de António que iam levar Clara a casa.
A caminho do carro, Clara e António ficaram mais para trás.
-Tive medo de te perder. – Disse Clara e António sorriu. – De que te estás a rir.
-Nada. Só nunca pensei ouvir-te dizer isso.
-Também nunca pensaste levar um tiro.
-Então, se eu não levasse um tiro, não dizias isso? Já valeu a pena.
António não lhe deu oportunidade de responder e beijou-a. Sorriram um para o outro e entraram para o carro.
Passadas algumas semanas o braço se António já estava curado e podia fazer o que mais gostava que era jogar futebol de salão.
António e Clara assumiram uma relação e estavam cada vez mais felizes juntos.



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